Os cientistas desenvolveram uma forma objetiva de medir o “zumbido”

Algumas experiências na vida são difíceis de descrever, mas isso não as torna menos reais. Em todo o mundo, até 20% das pessoas experimentam um zumbido ou zumbido fantasma crônico em seus ouvidos, conhecido como zumbido.

Os sons – muitas vezes agudos – não estão conectados a nenhum estímulo acústico conhecido e, hoje, o diagnóstico depende apenas de experiências subjetivas transmitidas pelos pacientes. Agora, os cientistas na Austrália acham que criaram um método para ‘ver’ a percepção do zumbido no cérebro.

Pode ser a primeira ferramenta clínica objetiva para medir o zumbido de alguém e um passo para encontrar maneiras de tratar essa doença generalizada e incurável.

Foto: (Reprodução/ Internet)

Nos últimos anos, estudos de imagens cerebrais em animais e humanos mostraram que o zumbido está relacionado a um aumento no disparo neural, bem como a mudanças na conectividade em certas regiões do cérebro. Ainda assim, é apenas com o advento de novas tecnologias que nos aproximamos de uma avaliação adequada com base nessa relação.

Leia também: COVID-19 disparou com 95% de eficácia, buscando liberação em breve

A espectroscopia de infravermelho próximo funcional (fNIRS) é um instrumento não invasivo, portátil e virtualmente silencioso que permite aos cientistas medir a atividade do fluxo sanguíneo cerebral relacionada ao som melhor do que nunca.

Em 2014, o fNIRS foi usado pela primeira vez para medir a percepção do zumbido no cérebro, e os resultados revelaram aumento da atividade do fluxo sanguíneo no córtex auditivo direito. 

Mau cheiro no ouvido é sinal de que algo não vai bem com sua audição |  Centro Auditivo Viver
Foto: (Reprodução/ Internet)

Outras pesquisas clínicas usando essa tecnologia mostraram um aumento da atividade não apenas no córtex auditivo, mas também em regiões não auditivas próximas, como o córtex frontal e algumas áreas de processamento visual.

Fique por dentro: Pode parecer ruim, mas fazer exercício de mascara não é prejudicial

Em 2018, cientistas na Austrália mostraram que os sinais de fNIRS no córtex auditivo refletiam tanto a presença quanto a intensidade de sons fantasmas, indicando uma forma válida de medir a gravidade do zumbido.

Agora, uma atualização da mesma equipe gravou sinais fNIRS e usou algoritmos de aprendizado de máquina para classificar 25 indivíduos com zumbido com base na gravidade de sua condição.

A habilidade de escutar com atenção
Foto: (Reprodução/ Internet)

Não está claro, por exemplo, por que o zumbido está relacionado à atividade cerebral assimétrica, embora possa ter a ver com os lados do corpo de onde os sons são percebidos.

Veja também: Estudo da Nova Zelândia revela a complexidade psicológica dos bloqueios pandêmicos

Também deve ser observado que, embora os autores afirmem que se trata de uma medida clínica “objetiva”, as avaliações subjetivas do zumbido ainda tinham que ser usadas para dividir os pacientes em grupos e comparar sua atividade cerebral com a gravidade percebida.

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais

Fonte: ScienceAlert