O número de casos de coronavírus entre refugiados e deslocados está aumentando em todo o Oriente Médio, alertaram agências humanitárias e a ONU, já que as primeiras infecções foram relatadas entre sírios que vivem em campos na Jordânia.
A verdadeira taxa de infecção entre os 18 milhões de pessoas deslocadas na região é desconhecida devido à falta crônica de testes.
Mas dados da ONU mostram que bem mais de mil pessoas foram confirmadas como tendo Covid-19 na Jordânia, Síria, Iraque, Territórios Palestinos e Líbano.
Esta semana, a agência de refugiados da ONU, ACNUR, confirmou que o coronavírus atingiu Zaatari, o maior campo da Jordânia para refugiados sírios, e o campo menor de Azraq. Juntos, eles abrigam cerca de 120.000 pessoas, gerando temores de um surto descontrolado com medidas de distanciamento social impossíveis de aplicar.
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No Líbano, às voltas com um dos maiores surtos, há temores de um novo surto. O serviço de saúde está sobrecarregado em meio a uma crise financeira que se aprofunda e as consequências da explosão devastadora de Beirute no mês passado, que destruiu várias instalações de teste e tratamento de coronavírus.
Sabe-se que pelo menos 13 refugiados palestinos e sírios morreram de Covid-19, de acordo com o ACNUR e a UNRWA, enquanto mais de 1.000 foram infectados.
As consequências econômicas do coronavírus também fizeram com que mais famílias deslocadas e refugiadas enfrentassem a ameaça de despejos e não pudessem pagar o aluguel, de acordo com Samah Hadid do NRC.
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Hadid disse que o vírus reduziu radicalmente a renda, forçando muitos a pular refeições, passar fome e cortar gastos com saneamento ou assistência médica, o que os torna ainda mais vulneráveis.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: INDEPENDENT