Saiba como uma escola de samba do Brasil balançou o Carnaval ao COVID-19

O calor sufocante do verão do Hemisfério Sul chegará em breve ao Rio de Janeiro. Em um ano normal, o povo brasileiro aguardava ansiosamente por Fevereiro, mas os preparativos para o carnaval de 2021 podem ser diferentes.

Após meses de quarentena, aqueles dias pré-pandêmicos inebriantes parecem distantes. Foi mesmo em fevereiro que as escolas de samba desfilaram pelo recinto do desfile com cocares de penas, deslumbrando dezenas de milhares de espectadores?

Em um ano normal, a organização do Baracho – a escola de samba Unidos de Padre Miguel – já estaria a todo vapor com os preparativos para o carnaval que se aproximava. Costureiras de dedos ocupados preparando fantasias para mais de 1.500 desfilares.

Saiba como uma escola de samba do Brasil balançou o Carnaval ao COVID-19
Foto: (AP Photo / Lucas Dumphreys)

Mas este não é um ano normal. Pela primeira vez em mais de um século, o Carnaval do próximo ano foi cancelado.

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No país com o segundo maior número de mortes em COVID-19, há o temor de que uma das maiores festas do mundo se tornasse o evento mais difundido para superar os problemas do coronavírus.

Mesmo assim, a Unidos de Padre Miguel não fechou.

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Confecção de material para distribuição.  (AP Photo / Lucas Dumphreys)

Em vez disso, liderada por um médico que viu a COVID-19 causar estragos no sistema de saúde do Brasil, a escola reuniu sua energia considerável para combater a pandemia costurando máscaras médicas para hospitais públicos, distribuindo kits de comida para necessitados e fazendo exames de coronavírus.

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O vírus estava se espalhando pelo Rio, ameaçando seus 6,7 milhões de habitantes, quase um quarto dos quais vivem em favelas como o Morro da Formiga. Os especialistas temiam que os bairros densos se tornassem focos de contágio, empurrando a capacidade do sistema de saúde pública além do limite.

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Doação de alimentos em comunidades mais carentes feitas por escola de samba do Rio de Janeiro.  (AP Photo / Lucas Dumphreys)

Mais uma vez, uma das comunidades carentes do Rio se reuniu em vez de esperar pela ajuda das autoridades que chegam tarde, se é que chegam.

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O primeiro caso confirmado de coronavírus no Rio veio em 6 de março: uma mulher de 62 anos voltando da Itália. Então, um de seus companheiros de viagem adoeceu. Logo havia muitos outros.

O êxtase do carnaval tende a se prolongar no calor tropical por semanas, mas em 2020 ele evaporou rapidamente, sendo substituído por uma peste aerotransportada.

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais

Fonte: APNews