A Pfizer e a BioNTech disseram na quarta-feira que uma análise completa de sua vacina experimental COVID-19 descobriu que ela protegia 95% das pessoas contra a doença e anunciaram que estavam solicitando a aprovação de emergência dos EUA “dentro de alguns dias”.
A notícia da empresa farmacêutica norte-americana e de seu parceiro alemão trouxe mais esperança a um mundo afetado pela pandemia do coronavírus, e segue um anúncio na semana passada no qual eles disseram que uma análise preliminar mostrou que o produto era 90% eficaz.
Somando-se aos dados encorajadores, foi constatado que a eficácia é consistente em todos os grupos de idade – uma preocupação primária para uma doença que atinge mais fortemente os idosos – bem como os sexos e etnias.
A notícia de quarta-feira veio depois que 170 pessoas adoeceram em um ensaio clínico em andamento com quase 44.000 pessoas – 162 das quais estavam no grupo de placebo e oito das quais receberam o medicamento em duas doses.
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Dos 170 pacientes que adoeceram, 10 desenvolveram COVID-19 grave – nove no grupo do placebo e um no grupo da vacina.
Os novos dados mostraram que a vacina foi geralmente bem tolerada, com a maioria dos efeitos colaterais de curta duração e leves ou moderados.
Cerca de 4% experimentaram fadiga severa e 2% tiveram fortes dores de cabeça após a segunda dose. Pacientes mais velhos tiveram menos efeitos colaterais e mais leves.
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A análise preliminar anunciada na semana passada foi baseada em dados de 94 pessoas doentes, e as empresas dizem que os pacientes adicionais agora deram a eles um quadro mais completo.
O teste em andamento em estágio final está ocorrendo em 150 locais nos Estados Unidos, Alemanha, Turquia, África do Sul, Brasil e Argentina.
O teste continuará por mais dois anos para descobrir quanto tempo dura a imunidade e se há questões de segurança de longo prazo.
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Se o FDA emitir uma autorização de uso de emergência, a vacina pode começar a chegar aos primeiros norte americanos – trabalhadores da linha de frente, idosos e outras pessoas de alto risco – na primeira quinzena de dezembro.
Autoridades americanas disseram que o fornecimento aumentará de forma constante e que espera ter doses suficientes de múltiplas vacinas para cobrir toda a população na próxima primavera ou verão.
A Pfizer e a BioNTech disseram que esperam produzir 50 milhões de doses este ano e 1,3 bilhões até o final de 2021.
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Os especialistas receberam bem a notícia, mas disseram que aguardavam informações mais detalhadas, como uma análise da idade e da saúde dos voluntários – o que pode explicar o caso grave de COVID-19 no grupo da vacina.
Na segunda-feira, a empresa americana de biotecnologia Moderna disse que a vacina de duas doses desenvolvida com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) foi 94,5% eficaz, de acordo com uma análise preliminar.
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Ambas as vacinas usam a tecnologia de RNA (ácido ribonucléico mensageiro) para entregar material genético ao corpo que faz as células humanas criarem uma proteína a partir do vírus.
Isso treina o sistema imunológico para estar pronto para atacar se encontrar o SARS-CoV-2.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: ScienceAlert