Não sabemos se era menino ou menina. Mas esta criança ancestral, um Neandertal, só chegou aos dois anos de idade.
Esta curta vida, vivida há cerca de 41.000 anos, foi descoberta em um famoso sítio arqueológico no sudoeste da França, chamado La Ferrassie.
Os restos mortais de vários Neandertais foram encontrados lá, incluindo a descoberta mais recente, a criança, conhecida apenas como La Ferrassie 8.
Quando os vestígios antigos foram encontrados pela primeira vez – a maioria em vários estágios do início do século 20 – os arqueólogos presumiram que os esqueletos representavam sepultamentos intencionais, com os neandertais depositando seus parentes falecidos para descansar sob a terra.
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No entanto, na arqueologia contemporânea, as dúvidas agora giram em torno da questão de saber se os neandertais realmente enterraram seus mortos assim, ou se este aspecto particular dos ritos funerários é um costume exclusivo do Homo sapien.
O que os neandertais faziam com os seus mortos?
Em parte, fazer essas perguntas remete às técnicas arqueológicas e à manutenção de registros usados no passado, já que os métodos antiquados usados por arqueólogos e antropólogos do início do século 20 (e até antes) significam que nem sempre podemos ser inteiramente confiante em suas descobertas.
No novo trabalho, os pesquisadores revisaram os cadernos e diários de campo usados pela equipe de escavação original, bem como analisaram os ossos de La Ferrassie 8.
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Eles também realizaram novas escavações e análises no local do abrigo da caverna La Ferrassie, onde os restos mortais da criança foram encontrados.
Os resultados de sua abordagem multidisciplinar sugerem que – apesar da natureza inferior da pesquisa anterior sobre o suposto enterro de La Ferrassie 8 – as antigas conclusões estavam corretas: a criança foi enterrada.
Quais são as conclusões?
Ao chegar a essa conclusão, a equipe confirmou que os ossos bem preservados foram repousados de forma não esparramada, mantendo-se em sua posição anatômica, com a cabeça erguida mais alto que o resto do corpo, embora a configuração do terreno fosse inclinada em um ângulo diferente (sugerindo uma elevação inventada por mãos de Neandertal).
Além disso, não havia marcas de animais neles, o que a equipe considera outro sinal provável de um enterro imediato e intencional. Especialmente quando comparado com o estado envelhecido de vários restos de animais encontrados nas proximidades.
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Não é o primeiro estudo nos últimos tempos a reivindicar novas evidências de neandertais enterrando seus mortos, e provavelmente não será o último.
A equipe francesa diz que é hora de os novos e aprimorados padrões analíticos de hoje serem aplicados aos vários restos do esqueleto de La Ferrassie 1 a 7, dando-nos uma avaliação atualizada de como eles também foram enterrados.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: ScienceAlert
