A vacina COVID-19 das empresas farmacêuticas Pfizer e BioNTech parece ser eficaz contra 16 mutações diferentes do coronavírus, de acordo com um estudo que ainda não foi submetido à revisão por pares.
Foi anunciado na sexta-feira que a vacina contra o Covid-19 é eficaz contra uma das mutações presentes nas novas variantes contagiosas identificadas na Grã-Bretanha e na África do Sul.
Como relatado pela Reuters, o estudo, realizado por pesquisadores da Pfizer e da University of Texas Medical Branch, sugere que a vacina não precisará ser ajustada para funcionar contra uma variante aparentemente mais contagiosa do coronavírus que surgiu no Reino Unido.
A variante britânica, conhecida como B117, foi detectada recentemente nos Estados Unidos entre pessoas que não haviam viajado para o Reino Unido, indicando a disseminação da comunidade.
As mutações virais são uma ocorrência típica e não há indicação de que alguma delas tenha tornado o COVID-19 mais perigoso do que já é. E embora as vacinas possam ser ajustadas para lidar com novas variações, ainda não há sinal de que seja necessário.
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A nova variante, conhecida como B.1.1.7, causou preocupação pela primeira vez em dezembro, quando pesquisadores britânicos perceberam que ela estava rapidamente se tornando mais comum entre as pessoas com Covid-19. Desde então, apareceu em 45 países. Pesquisas subsequentes confirmaram que ele tem a capacidade de se espalhar mais facilmente de pessoa para pessoa.
Entenda melhor essa variante do COVID-19
A linhagem viral que leva a B.1.1.7 acumulou 23 mutações. De particular preocupação para os cientistas são as oito mutações que afetam o gene de uma proteína chamada pico na superfície dos coronavírus. Isso porque os vírus usam a proteína spike para se agarrar às células humanas. É possível que um ou mais deles ajudem B.1.1.7 a invadir células com mais sucesso.
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Uma dessas mutações, conhecida como N501Y, é particularmente preocupante. Experimentos demonstraram que ele permite que o vírus se ligue às células com mais firmeza. E também surgiu em outras linhagens do coronavírus, incluindo uma variante identificada na África do Sul em dezembro.
Essa variante, chamada B.1.351, se espalhou rapidamente pelo país e se espalhou para uma dúzia de outros países até agora.
No novo estudo, que foi postado online na quinta-feira e ainda não passou por uma revisão científica formal, pesquisadores da University of Texas Medical Branch realizaram um experimento para ver se a vacina Pfizer-BioNTech funcionava contra vírus com a mutação N501Y.
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Eles descobriram que em células de laboratório, o vírus mutante não podia infectar células humanas misturadas com anticorpos de pessoas vacinadas. Os anticorpos se agarraram aos coronavírus e os impediram de se infiltrar nas células. Apesar da mutação N501Y, o experimento mostrou que os anticorpos gerados pela vacina ainda eram capazes de se prender aos vírus.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: The New York Times e ScienceAlert