O migrante sudanês que se afogou ao tentar atravessar o Canal da Mancha foi batizado como Abdulfatah Hamdallah.
Um oficial francês confirmou sua identidade ao The Independent em meio a uma investigação sobre sua morte.
Philippe Sabatier, promotor público adjunto de Boulogne-sur-Mer, disse que um documento de viagem transportado por Hamdallah indicava que ele tinha 28 anos.

Seu amigo, que sobreviveu quando o pequeno bote virou, disse à equipe de resgate que ele tinha 16 anos.
Sabatier disse que a dupla estava morando no campo “Jungle” de Calais por dois meses antes de tentar a travessia, mas que os investigadores ainda não haviam calculado sua jornada para a França.
O Sr. Hamdallah e seu amigo roubaram um barco inflável de um chalé em Sangatte, junto com pás para usar como remos.

Um relatório parlamentar divulgado em novembro disse que as condições “terríveis” nos acampamentos na área estavam entre os fatores que impulsionaram o aumento das travessias marítimas de migrantes.
A embarcação era um pequeno bote que pode ser comprado em supermercados, disseram as autoridades, e inflado pela boca.
Os especialistas acreditam que o rastro de uma balsa ou navio comercial que passava seria capaz de derrubá-lo.
O amigo de Hamdallah conseguiu chegar à costa, sofrendo de hipotermia, e alertou as autoridades pouco depois da 1h da quarta-feira.
Uma busca marítima foi realizada com barcos e um helicóptero da Força Aérea belga, mas foi cancelada por volta das 4h30, quando nada foi encontrado.
As autoridades foram alertadas sobre a descoberta do corpo às 8h e anúncios oficiais das autoridades francesas disseram que ele tinha 16 anos.

Um político francês culpou o governo britânico por ter causado a morte, em meio a negociações contínuas com o objetivo de reduzir o número de migrantes que tentam fazer a travessia.
O Sr. Hamdallah é um dos pelo menos cinco migrantes que se afogaram ao tentar atravessar o Canal da Mancha no ano passado.
Em maio, um migrante afogado foi encontrado no porto de Calais, dois homens foram encontrados na praia de Touquet em outubro e em agosto de 2019, uma iraniana se afogou.
Os números das Nações Unidas mostram que mais de 19.500 migrantes perderam suas vidas tentando chegar à Europa através do Mar Mediterrâneo desde 2014, mas o número de mortos no Canal da Mancha não é registrado formalmente.
A Força de Fronteira disse que 164 pessoas viajando em 11 navios chegaram ao Reino Unido na quarta-feira, elevando o total em 2020 para quase 5.000.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: INDEPENDET