O Irã impôs um toque de recolher noturno às empresas em Teerã e outras cidades na terça-feira, enquanto o Líbano se preparava para um bloqueio nacional de duas semanas no final desta semana, enquanto os dois países lutam contra um grande aumento nas infecções por coronavírus.
Restaurantes e negócios não essenciais em Teerã e 30 outras cidades foram ordenados a fechar às 18h por um mês, para evitar que os hospitais fiquem sobrecarregados e para retardar o agravamento do surto, que já matou mais de 39.000 – o maior número de mortes no Oriente Médio.
O Irã bateu o recorde de mortes em um único dia 10 vezes no mês passado, um sinal de como o vírus está se espalhando rapidamente.
O anúncio de novos limites para os agitados cafés e lojas de Teerã, os mais rígidos desde um breve fechamento de negócios em todo o paí s em abril, reflete o crescente senso de urgência entre as autoridades.
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Em um primeiro momento, os telefones dos iranianos se iluminaram na segunda-feira com um apelo pessoal de Saeed Namaki, o ministro da saúde.
“Não saia de casa o máximo que puder e fique longe de lugares lotados”, dizia seu texto. “Coronavírus não é brincadeira.”
Mesmo assim, em face de um declínio econômico acentuado, o Irã continua a evitar um bloqueio mais rígido. O país já está pressionado por sanções americanas sem precedentes, reimpostas em 2018, quando o governo Trump se retirou do acordo nuclear de Teerã com potências mundiais.
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A moeda do Irã caiu para novas mínimas nas últimas semanas, prejudicando milhões de cidadãos necessitados.
As autoridades podem introduzir outras medidas direcionadas, como a proibição noturna do tráfego nas ruas para impedir os iranianos de ir às festas, disse o governador de Teerã, Anoushiravan Bandpay.
À medida que a taxa de infecção do Irã aumenta e sobrecarrega os hospitais, o debate sobre a resposta do governo ao vírus fica acalorado.
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O Líbano bateu recordes diários nas últimas semanas, prejudicando o setor médico do país, onde as unidades de terapia intensiva estão quase lotadas e não podem receber mais casos.
A Organização Mundial da Saúde afirma que 1.527 profissionais de saúde tiveram teste positivo desde que o primeiro caso foi relatado no Líbano no final de fevereiro.
Traduzido e adaptado por equipe Saibamais
Fonte: APNews