O governo de Jair Bolsonaro foi acusado de enviar espiões para acompanhar negociadores brasileiros e ativistas ambientais que participaram das negociações climáticas da Cop25 em Madrid em 2019.
Pelo menos quatro membros dos serviços secretos brasileiros participaram da conferência, segundo o jornal Estadão.
Eles se apresentaram na conferência da ONU como “analistas”, sem contar que trabalharam para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Enquanto estavam lá, eles supostamente monitoraram organizações não-governamentais (ONGs), membros da delegação brasileira e representantes de delegações estrangeiras, relata o jornal.
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Falando anonimamente, um dos agentes disse ao Estadão que o objetivo da vigilância era monitorar as críticas ao governo de Bolsonaro, especialmente em relação à Amazônia, e “defender os interesses do país”.
Ele também admitiu que as campanhas de ONGs também eram um interesse primário, relata o jornal.
Antes da eleição de Bolsonaro em 2018, o Brasil estava na fila para sediar a cúpula da COP25, mas depois que ele se tornou presidente, ele retirou o país, citando restrições orçamentárias.
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Um ambientalista descreveu como foram abordados pessoalmente por um dos agentes, que perguntou seus nomes, depois disse que trabalhava para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Brasil, vinculado à Abin, e a conversa foi encerrada.
Eles disseram que a vigilância foi “estranha, mas não surpreendente” e já sabiam que o governo brasileiro estava criando “um ambiente hostil” para as ONGs.
O governo brasileiro está se tornando cada vez mais preocupado com a percepção internacional de Bolsonaro como um vilão ambiental, devido às consequências econômicas imediatas da reconstrução de sua economia após a pandemia do Coronavirus.
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Os incêndios na Amazônia brasileira aumentaram 13% durante os primeiros nove meses de 2020 em comparação com 2019, tornando-os os piores em uma década, de acordo com a agência de pesquisa espacial do país, Inpe.
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O aumento dos incêndios, principalmente no Pantanal – maior área úmida tropical do mundo – está gerando uma preocupação cada vez maior em todo o mundo devido ao seu impacto na crise climática e da biodiversidade – questões que até a pandemia do Coronavírus ocupavam o primeiro lugar na agenda política europeia.
Fonte: INDEPENDENT