Distanciamento social e coronavírus: a ciência por trás da regra dos dois metros

Relata-se que os ministros estão pensando em relaxar a regra dos dois metros para o distanciamento social nos locais de trabalho.

Poderia tornar mais fácil para as pessoas voltarem a empregos onde nem sempre é possível ficar separados.

Mas uma questão-chave é se isso seria seguro mesmo?

Dado o pouco que se sabe sobre até que ponto o vírus pode se espalhar.

Um novo relatório dos consultores científicos do governo deve ser divulgado em breve, avaliando as pesquisas mais recentes sobre os riscos.

O que a ciência diz sobre a regra?

Há uma grande variedade de recomendações em diferentes países, mas um guia simples é que, quanto mais próximo você estiver de alguém infectado, maior o risco.

A Organização Mundial de Saúde diz que uma distância de um metro é segura, enquanto outros sugerem 1,5 m ou 1,8 m, com o Reino Unido optando por dois metros.

Além disso, quanto mais tempo você fica próximo de uma pessoa infectada, maiores são as chances de pegar o vírus.

É por isso que o governo do Reino Unido diz que onde o contato pessoal é essencial, “isso deve ser mantido em 15 minutos ou menos, sempre que possível”.

E um dos principais cientistas diz que o tempo pode realmente fazer a diferença.

“Passar dois segundos com um metro de distância é tão perigoso quanto gastar um minuto com dois metros de distância”, diz ele.

De onde vem a regra dos dois metros?

Surpreendentemente, ele pode ser rastreado até a pesquisa na década de 1930.

Naquela época, os cientistas estabeleceram que gotículas de líquido liberadas por tosses ou espirros evaporariam rapidamente no ar ou seriam arrastadas pela gravidade para o chão.

E a maioria dessas gotículas, eles calculavam, aterrissaria de um a dois metros.

É por isso que se diz que os maiores riscos advêm da tosse com o vírus a curta distância ou do contato com uma superfície – e depois com o rosto – em que alguém tossiu.

Quão conclusivo é isso? Muitos cientistas consideram a proximidade e os contatos superficiais as principais rotas de transmissão.

Mas alguns pesquisadores agora estão preocupados com o fato de o coronavírus não ser carregado apenas em gotículas.

Eles temem que também possa ser transportado pelo ar em pequenas partículas chamadas aerossóis.

Se for esse o caso, o fluxo de vento da respiração de alguém pode levar o vírus a longas distâncias.

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais.

Fonte: BBC.