Crise na Venezuela: EUA bloqueia empresa russa de petróleo por ajudar Maduro

Os EUA tentaram aumentar a pressão financeira sobre a Venezuela na lista negra de uma subsidiária da gigante petrolífera estatal Rosneft da Rússia.

A medida congela todos os acordos da Rosneft Trading SA, com sede na Suíça, e de seu presidente, Didier Casimiro.

A empresa é acusada de ajudar o presidente Nicolás Maduro a evitar as sanções dos Estados Unidos à indústria de petróleo da Venezuela.

Os Estados Unidos acusam Maduro de liderar um regime corrupto e brutal, acusação essa que ele rejeitou várias vezes.

O petróleo domina a economia da Venezuela, respondendo por quase todos os seus ganhos com exportação. Mas a produção de petróleo na Venezuela entrou em colapso nos últimos anos e o país está em uma profunda crise econômica.

Os Estados Unidos estão apoiando o líder da oposição Juan Guaidó, que no ano passado se declarou presidente interino.

Enquanto isso, a Rússia, principal patrocinadora do presidente Maduro, prometeu aumentar a cooperação econômica e militar com o governo em Caracas.

Quais são as últimas sanções dos EUA?

As sanções foram anunciadas pelo tesouro dos Estados Unidos na terça-feira (18/02).

De acordo com comunicado do secretário de Comércio, Steven Mnuchin, a empresa petrolífera Rosneft e seu presidente são os que intermediam a venda e o transporte do petróleo proveniente da Venezuela.

“Os Estados Unidos estão determinados a impedir o saque de petróleo da Venezuela pelo regime corrupto de Maduro”, acrescentou o secretário.

O comunicado disse que as sanções dos Estados Unidos não precisam ser essencialmente permanentes e pretendem uma mudança efetiva de comportamento.

De acordo com o comunicado os Estados Unidos deixaram pontualmente evidenciado que consideram suspender as sanções para aqueles que tomam ações concretas, significativas e verificáveis com o intuito de apoio à ordem democrática na Venezuela.

A Rosneft e a Rosneft Trading SA já estavam sujeitas a restrições dos EUA relacionadas ao envolvimento da Rússia no conflito na Ucrânia que eclodiu em 2014.

Qual é a resposta russa?

Até agora, nem a Rosneft nem seu braço comercial falaram publicamente sobre o assunto.

Mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia condenou as sanções.

“A Rússia categoricamente não aceita medidas restritivas unilaterais pelas quais os Estados Unidos, buscando a hegemonia global, estão tentando subjugar o mundo inteiro à sua vontade”, afirmou o ministério em comunicado (em russo).

Acrescentou que as sanções não seriam capazes de influenciar as políticas russas em relação à Venezuela ou a qualquer outro país.

Fontes: BBC, MFA, Treasury.

Traduzido e adaptado pela equipe Saibamais.