Conflito na Síria: ONU diz que o deslocamento de Idlib é “esmagador”

A operação de ajuda no nordeste da Síria está sendo “sobrecarregada”, à medida que o número de pessoas deslocadas pela ofensiva do governo em Idlib aumenta, informou a ONU nesta segunda-feira.


Desde o início de dezembro, 900.000 pessoas foram forçadas a fugir, a maioria mulheres e crianças, afirmou o documento. A ONU acrescentou que as unidades de saúde e as escolas estão sendo alvo.

O alerta veio quando o presidente Bashar al-Assad prometeu continuar as operações do exército no norte da Síria.

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Foto: (reprodução/internet)

“A batalha pela libertação das províncias de Aleppo e Idlib continua”, depois que suas forças fizeram novos avanços no fim de semana.

Em comunicado divulgado na segunda-feira, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, alertou que “a maior história de terror humanitária do século 21” só poderia ser evitada com um cessar-fogo.

Bebês e crianças pequenas estavam morrendo por causa do frio, de acordo com o presidente Bashar al-Assad, pessoas forçadas a dormir do lado de fora em temperaturas congelantes enquanto os acampamentos estavam cheios.

 De acordo com Lowcock, subsecretário-geral das Nações Unidas, a violência na região é indiscriminada e que a infraestrutura básica está sendo direcionada.

“Agora estamos recebendo relatos de que assentamentos para pessoas deslocadas estão sendo atingidos, resultando em mortes, feridos e mais deslocamentos”, acrescentou.

Ele disse que uma grande operação de socorro administrada do outro lado da fronteira na Turquia estava sendo sobrecarregada.

Antes do início do conflito em 2011, o Idlib abrigava cerca de 1,5 milhão de pessoas. No entanto, esse número dobrou desde que o governo sírio retomou antigas áreas da oposição em outras partes do país.

A província é a principal fortaleza dos rebeldes na Síria, mas o avanço das forças do governo sírio, apoiadas por forças russas e milícias apoiadas pelo Irã, pressionou ainda mais a população deslocada.

A Turquia, que apóia muitos dos grupos rebeldes da província, também fechou sua fronteira com a Síria.

O que deu início a Guerra?

Anteriormente aos conflitos, muitos sírios já estavam reclamando do alto índice de desemprego, da corrupção e da falta de liberdade política do presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez, após este morrer em 2000.

Em março de 2011, surgiram manifestações pró democracia na cidade de Deraa, no sul, inspiradas pela “Primavera Árabe” nos países vizinhos.

Quando o governo utilizou de força pesada para esmagar a dissidência, várias rebeliões e protestos exigindo a renúncia do presidente Bashar al-Assad subitamente apareceram em todo o país.

A agitação se espalhou e a repressão foi se intensificando. Os partidários da oposição pegaram em armas, primeiro para se defender e depois para livrar suas áreas de forças de segurança. 

Bashar al-Assad prometeu esmagar o que chamou de “terrorismo apoiado pelo exterior”.

A violência aumentou deixando o país rapidamente imerso numa Guerra Civíl.

Sobre o que é a guerra?

Neste momento a guerra é mais do que uma batalha entre aqueles que são a favor ou contra o presidente Bashar al-Assad.

Muitos grupos e países – cada um com suas próprias agendas – estão envolvidos, tornando a situação muito mais complexa fazendo com que se prolonguem os combates.

Eles foram acusados de fomentar o ódio entre os grupos religiosos da Síria, lançando a maioria muçulmana sunita contra a seita xiita alauíta do presidente.

Tais divisões levaram os dois lados a cometer atrocidades, separar comunidades e diminuir as esperanças de paz.

Fontes: https://www.bbc.com/news/world-middle-east-51537145

https://www.bbc.com/news/world-middle-east-35806229

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais