As forças de segurança da Bielo-Rússia torturaram centenas após a eleição, afirma o grupo de Direitos Humanos

Milhares de pessoas foram detidas arbitrariamente na Bielorrússia e centenas foram submetidas a tortura durante uma repressão brutal contra os críticos das eleições democráticas do estado.

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Os bielo-russos tomaram as ruas em comícios e protestos em massa após a votação de 9 de agosto, que as autoridades disseram que devolveu um novo mandato ao presidente autocrático do país, Alexander Lukashenka, para perpetuar 26 anos no poder.

No entanto, em meio à raiva nas ruas e às alegações de que a votação foi fraudada, as forças de segurança começaram a reprimir brutalmente os manifestantes pacíficos, informou a ONG Human Rights Watch.

Uma mulher vestida de branco em frente a uma linha da polícia de choque durante uma manifestação de apoiadores da oposição bielorrussa protestando contra os resultados oficiais das eleições presidenciais em Minsk, Bielorrússia, 13 de setembro de 2020
(TUT.by via AP)

Vítimas de suposta brutalidade estatal entrevistadas pela agência descreveram espancamentos, posições de estresse prolongado, choques elétricos e estupro em pelo menos uma instância.

Eles também descreveram a possibilidade de ver outras pessoas sofrerem o mesmo tratamento ou pior, ao mesmo tempo em que apresentavam lesões, incluindo ossos quebrados, dentes rachados, feridas na pele, queimaduras elétricas e lesões cerebrais traumáticas leves.

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“A grande brutalidade da repressão mostra até que ponto as autoridades bielorrussas vão para silenciar as pessoas, mas dezenas de milhares de manifestantes pacíficos continuam exigindo eleições justas e justiça para os abusos”, disse Hugh Williamson, diretor da Europa e Ásia Central da Human Rights Watch.

Ele acrescentou: “As Nações Unidas e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) devem iniciar inquéritos urgentemente para garantir que sejam coletadas evidências que possam contribuir para a responsabilização por graves violações dos direitos humanos.”

Governante atual da Bielo-Rússia. Foto: (Reprodução/ Internet).

A organização entrevistou 27 ex-detidos – 21 homens e seis mulheres – que disseram ter sido presos quatro dias após o dia das eleições.

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Uma resolução está programada para ser apresentada ao conselho de direitos humanos da ONU em Genebra, em nome do bloco europeu pela Alemanha, declarando:

expressa profunda preocupação com a situação geral dos direitos humanos na Bielo-Rússia e sua deterioração na corrida e particularmente no rescaldo da eleição presidencial fraudulenta em 9 de agosto de 2020.

Espera-se que seja aceito pelos conselheiros, com a formulação evitando a convocação de inquérito, disposição que tende a ser aplicada às mais graves violações de direitos humanos.

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais

Fonte: INDEPENDENT