As emissões globais estão baixas, mas os cientistas alertam que isso não irá durar por muito tempo

Prevê-se que as emissões globais diminuam cerca de 7% em 2020 (ou 2,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono) em comparação com 2019 – uma queda sem precedentes devido à desaceleração da atividade econômica associada à pandemia COVID-19.

Para colocar isso em perspectiva, a Crise Financeira Global em 2008 viu uma queda de 1,5% nas emissões globais em comparação com 2007. O declínio das emissões deste ano é mais de quatro vezes maior.

Essas são as descobertas que mostramos no 15º orçamento global de carbono, um relatório anual do Projeto de Carbono Global sobre as fontes e remoções de dióxido de carbono, o principal motor das mudanças climáticas causadas pelo homem.

As emissões globais estão baixas, mas os cientistas alertam que isso não irá durar por muito tempo
Foto: (Reprodução/ Internet).

Pode parecer uma boa notícia, mas não podemos comemorar ainda. Uma rápida recuperação das emissões para os níveis pré-COVID é provável, possivelmente já no próximo ano.

Um estudo recente descobriu que as emissões na China voltaram aos níveis do ano passado durante o final da primavera, quando a atividade econômica começou a voltar ao normal.

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Essas descobertas vêm antes da Cúpula da Ambição do Clima no sábado, onde os líderes globais demonstrarão seus compromissos com a ação climática cinco anos desde o Acordo de Paris.

Essa enorme queda nas emissões deve ser vista como uma oportunidade única para desviar o curso histórico do crescimento das emissões para sempre.

Emissões no ano pandêmico

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As emissões globais totais de dióxido de carbono fóssil para 2020 são estimadas em 34 bilhões de toneladas de dióxido de carbono.

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As emissões estimadas no início de dezembro são inferiores aos níveis de dezembro do ano passado, pelo menos nos setores de transporte. No entanto, as emissões têm voltado a subir desde o pico do declínio diário global de 17% no início de abril.

As emissões globais já estavam desacelerando antes do COVID

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No geral, as emissões globais aumentaram 61% desde 1990. Mas o ritmo desse crescimento tem variado.

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No início da década de 1990, o crescimento das emissões diminuiu devido ao colapso da ex-União Soviética, mas depois aumentou muito rapidamente durante a década de 2000, em 3% ao ano em média. Isso foi, em parte, devido à ascensão da China como potência econômica.

Na última década, porém, o ritmo das emissões voltou a desacelerar, com aumento pouco abaixo de 1% ao ano. E as emissões em 2019 não cresceram muito, se é que aumentaram, em comparação com 2018.

Uma oportunidade para aumentar a ambição

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A pandemia, junto com outras tendências recentes, como a mudança para a energia limpa, nos colocou em uma encruzilhada: as escolhas que fazemos hoje podem mudar o curso das emissões globais.

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Além da desaceleração das emissões globais nos últimos anos e da queda deste ano, agora existem dezenas de países que se comprometeram a atingir as emissões líquidas zero até a metade do século ou logo depois.

Traduzido e adaptado por equipe Saibamais

Fonte: ScienceAlert