A poluição do ar está afetando a saúde de nossos pulmões, nossos corações e talvez até mesmo de nossos cérebros.
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Uma nova pesquisa sugere que crianças e jovens adultos que crescem na Cidade do México – um centro urbano com um grande problema de poluição do ar – podem já apresentar crescimentos, placas e emaranhados associados ao Alzheimer, Parkinson e doença do neurônio motor (MND).
Ainda não está claro se esses marcadores de dano realmente causam doenças neurológicas mais tarde na vida.
Embora emaranhados e placas possam se acumular no cérebro de pessoas com Alzheimer e outras doenças neurológicas, mais pesquisas são necessárias para descobrir o papel que esses marcadores desempenham e como eles interagem com a progressão da doença.
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Com 90% das crianças do mundo respirando ar não seguro, os pesquisadores dizem que é fundamental descobrirmos mais. Se partículas finas da poluição do ar são um gatilho para doenças neurológicas, precisamos saber agora.
“Diferentes pessoas terão diferentes níveis de vulnerabilidade a tal exposição a partículas”, diz a cientista ambiental da Lancaster University Barbara Maher
“mas nossas novas descobertas indicam que os poluentes do ar aos quais você está exposto, o que você está inalando e engolindo, são realmente importantes no desenvolvimento de dano neurológico.”
No início deste ano, os cientistas alertaram que a poluição do ar estava causando uma ‘pandemia silenciosa’ em todo o mundo, levando a hipertensão, diabetes, derrame, ataques cardíacos e insuficiência cardíaca em uma taxa ainda mais mortal do que a guerra, violência e muitas doenças.
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Agora, há potencial para uma pandemia de doenças neurológicas também. O acúmulo de evidências na China, no Reino Unido e nos Estados Unidos sugere que os níveis de poluição do ar estão de alguma forma ligados ao comprometimento cognitivo, demência e doença de Alzheimer.
Embora isso não signifique que a poluição do ar esteja causando declínio cognitivo, pesquisas anteriores entre os residentes da Cidade do México descobriram que nanopartículas de metal da poluição do ar podem passar para o cérebro, oferecendo uma rota para danos.
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Considerando que as partículas ricas em metais no cérebro podem causar inflamação e estresse oxidativo, levando à morte de neurônios, alguns pesquisadores acreditam que a poluição do ar representa um gatilho plausível para o declínio cognitivo.
O estudo foi publicado na Environmental Research.
Fonte: ScienceAlert