Duas cientistas ganharam o Prêmio Nobel de Química na quarta-feira por desenvolverem “tesouras moleculares” para editar genes, oferecendo a promessa de um dia curar doenças hereditárias.
Trabalhando em lados opostos do Atlântico, a francesa Emmanuelle Charpentier e a norte Jennifer A. Doudna criaram um método conhecido como CRISPR-cas9, que pode ser usado para alterar o DNA de animais, plantas e microrganismos.
Foi apenas a quarta vez que um Nobel de ciências foi concedido exclusivamente a mulheres, que há muito recebem menos reconhecimento por seu trabalho do que os homens nos 119 anos de história do prêmio.
O trabalho de Charpentier e Doudna permite cortes nítidos nas longas cadeias de DNA que compõem o “código da vida”, permitindo que os cientistas editem genes específicos para remover erros que causam doenças em humanos – e já está sendo usado para isso objetivo.
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“Há um poder enorme nessa ferramenta genética, que afeta a todos nós”, disse Claes Gustafsson, presidente do Comitê do Nobel de Química.
“Não só revolucionou a ciência básica, mas também resultou em safras inovadoras e levará a novos tratamentos médicos inovadores.” Gustafsson disse que, como resultado, qualquer genoma agora pode ser editado “para consertar o dano genético”.
Três vezes uma mulher ganhou um Nobel nas ciências sozinha; esta é a primeira vez que uma equipe feminina ganha um prêmio de ciências.
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Em 1911, Marie Curie foi a única ganhadora do prêmio de química, assim como Dorothy Crowfoot Hodgkin em 1963. Em 1983, Barbara McClintock ganhou o Nobel de medicina.
Fonte: APNews